A Carta que Nunca Enviei: O Melhor Presente é Viver o Hoje
- Khriztina
- Oct 22, 2024
- 3 min read
Updated: Oct 23, 2024
Uma carta que nunca enviei reflete sobre sonhos e realizações, revelando que o melhor presente é viver o hoje com leveza e significado.

Hoje, ao remexer na caixa dos meus "preciosos tesouros", encontrei algo inesperado: uma carta que escrevi há mais de uma década e, por algum motivo, nunca enviei. Lá estava ela, escondida entre fotos e outras cartas. Ao abrir o envelope que ainda exalava um leve perfume floral e desdobrar o papel, fui transportada para o momento em que escrevi para mim mesma, do futuro.
Era como se eu soubesse que, um dia, essas palavras seriam profundamente confortantes.
Curiosa, comecei a leitura, e descobri que, mesmo após tantos anos, esta ainda tinha muito a me ensinar.
A carta dizia assim:
"Querida EU,
Aqui estou, aos 80 anos, sentada em minha poltrona favorita, na sacada do meu lar doce lar, que tem uma vista incrível para as montanhas (não estou exagerando, a vista está cada vez melhor com o passar dos anos, ou os meus olhos estejam mais poéticos). O cheiro da terra molhada me traz alegria, e me pergunto se gosta desse momento após uma refrescante chuva de primavera. Se não, já passou da hora de apreciar. É como um abraço da natureza dizendo: 'Vai lá, celebre a vida!'
Eu sei que você está se perguntando: o que a ‘EU aos 80’ tem a dizer para você? Primeiro, pare de se preocupar tanto com o tempo! Você tem mais tempo do que imagina para realizar tudo o que deseja. Não estou dizendo para deixar para depois, mas relaxa, ainda há espaço para ser uma feliz sonhadora, sabia?
Você já abraçou muitos dos seus desejos de realização, e olha, que presente você deu para si mesma! Continue a escrever, mesmo que ninguém leia (spoiler: vão ler e curtir!). Suas histórias têm uma maneira singela de fazer as pessoas refletirem e, claro, se descontraírem.
Portanto, se tem um sonho que você deveria buscar como se estivesse correndo atrás do último pãozinho quentinho do café da tarde, é esse: conte mais histórias, publique mais, e não tenha medo de ser ousada. As palavras são suas melhores amigas.
Agora, quanto ao Tai Chi, você ainda está firme, né? Porque, vou te contar, esse negócio é o segredo para chegar aos 80 com vitalidade e um equilíbrio que faria inveja a um gato! Não desista jamais, sério. Fique firme, e continue se alongando — vai precisar para dançar nas festas com seus muitos netos de coração!
Sonhos? Ah, sim, sonhe grande, mas não leve tudo tão a sério. Dê risada dos tropeços, das ideias malucas, e sempre, sempre se jogue em novos projetos que te façam sentir aquele friozinho na barriga. Acredite em mim, aos 80 você ainda vai querer essa sensação de novidade.
Então, minha querida, vá em frente! A vida está te esperando com um sorriso luminoso, e você tem muito chão para andar (e dançar!).
Com forte abraço e um riso cúmplice,
VOCÊ, aos 80!
PS: Ainda adora pãozinho fresco, né? Espero que sim, porque aos 80, continuo me deliciando como se fosse um ritual e não tem nada igual, te garanto!"
***
Ao terminar a leitura, fiquei refletindo: ainda devo enviar essa carta para mim mesma? Porventura, sim. Parece que é o momento perfeito.
Será como uma mensagem vinda do futuro, um lembrete carinhoso para seguir firme no caminho de minhas aspirações, com fé e confiança.
E você, caro leitor? Já escreveu para si mesmo do futuro? Confesso que, no início, achei essa ideia um tanto estranha. Conversar com uma versão de mim que ainda não existia parecia surreal. Mas agora, ao reencontrar essas palavras após tantos anos, percebo o quanto foi revelador.
Quase como um sopro da sabedoria que ainda está por vir, mas que, de alguma forma, já habita em mim.
Penso que essa carta tenha esperado o momento exato para ser lida. E quem sabe, ela também te inspire a escrever com um olhar vindo do seu futuro, redescobrir seus próprios anseios?
Me fez lembrar de um livro que gosto muito: “A Vida que Vale a Pena Ser Vivida”, de Clóvis de Barros Filho e Arthur Meucci.
Esta obra provoca uma reflexão sobre a busca de uma vida autêntica e realizada.
Propondo que o verdadeiro valor da vida está nas escolhas que fazemos e no modo como nos relacionamos com o mundo e as pessoas ao nosso redor.
Pode ser que extrair o melhor da 'vida que vale a pena ser vivida' seja assim... uma trajetória de sonhos, realizações e a confiança de que o melhor presente é viver o hoje com leveza e significado.